Lixo, Entulhos e Bagulhos.
João Rocha*
Com, a globalização, os avanços da tecnologia foram surgindo os mais variados tipos de embalagens e um aumento gradativo dos descartes. As empresas têm seus canais de distribuição eficientes e eficazes, cientificamente planejados, mas, não se preocupam com a Logística Reversa. Portanto, as cidades passaram a ter problemas com o lixo entulhos e bagulhos.
A consciência da população não acompanhou essa evolução. As administrações não criaram programas de Educação Ambiental eficazes, monitoramento dos resíduos sólidos descartados, para darem respostas as novas demandas. Portanto, é comum vermos, vermos resíduos descartados de forma inadequada, nas beiras dos rios, nas encostas dos morros, nas margens das estradas, terrenos baldios, ruas, avenidas etc.
Os Resíduos Sólidos Urbanos descartados de forma inadequada comprometem o visual da cidade, provocam entupimentos de bocas de lobo e galerias, agravando os efeitos das fortes chuvas. Quando descartados em terrenos baldios, embalagens com restos de alimentos facilitam a proliferação de vetores que se tornam uma ameaça à saúde, ou quando limpos podem reter água da chuva e se tornarem criadouros do mosquito da Dengue.
Ocorre que, em tonelagem, segundo estatísticas, em média, 35 % dos Resíduos Sólidos Urbanos gerados numa cidade são recicláveis, e correspondem a 70 % do volume total. Os resíduos orgânicos, que também são recicláveis, são os mais pesados. Por exemplo, uma laranja espremida ou a casca de uma banana pesa igual ou mais que uma garrafa Pet grande.
As cidades do Litoral Norte gastam, em média, 20 milhões de reais por ano na coleta e exportação dos resíduos sólidos, para cidades do Vale do Paraíba. É uma sangria nos cofres das cidades, despesa que poderia ser reduzida e o dinheiro ser aplicado em projetos para a melhoria da qualidade de vida da população.Para tanto, será necessário a vontade política das administrações, a parceria com as empresas, a população e a Sociedade Civil Organizada.
Cidades, onde o problema dos resíduos é menor e menos dispendioso estão muito mais organizadas que as cidades do Litoral Norte, por exemplo: Guaratinguetá, Assis, Sorocaba e outras. Estão surgindo propostas com pretensão de amenizar o problema. O debate tem que ser amplo, para que ao tentar resolver um problema não gere outro. Por exemplo: emissão de gases tóxicos na incineração.
Está tecnicamente comprovado que a Coleta Seletiva dos Resíduos Sólidos Recicláveis contribui para a o aumento da vida útil dos aterros, poupa as jazidas, economiza energia, gera emprego e outros benefícios, portanto, há um retorno dos custos da implantação da Coleta Seletiva.
Nas últimas eleições para prefeito e vereadores acompanhei os debates dos candidatos a prefeito de várias cidades. Lamentavelmente, notei que nas questões levantadas por eleitores, jornalistas e debatedores, não foram abordadas questões sobre Meio Ambiente: Saneamento Básico e Saneamento Ambiental.
Hoje, não basta termos uma coleta eficiente dos resíduos urbanos. É preciso dar destino adequado aos mesmos.
João Rocha
É Graduado em Administração
Com extensão em Avaliação
do Meio Ambiente e Cooperativismo.
É profissional na Gestão de Resíduos
Urbanos.
e-mail: proreciclagem@terra.com.br
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