terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eleições 2012: Rui Falcão reafirma otimismo quanto ao desempenho do PT nas capitais


Fonte: www.pt.org.br

Presidente fala sobre a atuação do Partido na disputa eleitoral nas capitais e também nas grandes e pequenas cidades.


Na segunda parte da sua entrevista ao Portal do PT, o presidente nacional Rui Falcão fez um balanço a respeito da situação atual do Partido no que diz respeito à disputa eleitoral nas capitais brasileiras para 2012.

“Nós fizemos um balanço junto com a Comissão de Acompanhamento Eleitoral nas capitais. É claro, que nós vamos disputar as eleições em centenas de municípios, mas as capitais tem um peso, pois todas têm horário eleitoral e são regiões que espalham políticas pelo entorno. Nós já temos hoje 14 capitais com candidaturas próprias praticamente definidas.Nós já definimos candidatos próprios em Porto Alegre, São Paulo, Salvador e estamos a vésperas de definir em Fortaleza, Campo Grande, Vitória e tem Goiânia que nós vamos apoiar o nosso companheiro à reeleição, em Macapá teremos candidato próprio, Porto Velho, Rio Branco, em Aracaju, enfim, nesses lugares, a definição é no nosso campo mesmo. E as expectativas são muito otimistas porque o prestigio do PT, do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma são componentes que nos ajudam quando a campanha começar”, afirmou.
Falcão destacou a força política do ex-presidente Lula na eleição na capital paulista. “O ex-presidente Lula aparece com 48% de influencia na decisão do voto, e quase metade dos entrevistados dizem que votariam no candidato indicado pelo Lula. Então são circunstancia que se espalham por todas as capitais e naturalmente não podemos subestimar os adversários e temos que nos organizar e debater programas e fazer alianças. Então foi esse o debate na executiva que nos animou muito para entrar 2012 com essa expectativa de otimismo”.
O presidente falou também sobre a disputa eleitoral nos pequenos municípios e a decisão de realizar cursos preparatórios para os candidatos. “Nós temos que ter uma tática para as grandes cidades, e uma tática diferente para as pequenas cidades, um tratamento diferente, para isto, nós estamos inclusive se organizando para cursos, nós vamos à partir do 1º semestre, logo no começo, a Escola de Formação do PT. Nós vamos estar fazendo cursos para vereadores, prefeitos e prefeitas, principalmente das pequenas cidades”.
Outro ponto destacado por Rui Falcão no programa Entrevista com o Presidente foi o debate sobre a democratização das comunicações e do marco regulatório. Ele informou que na ultima reunião do Diretório Nacional, no dia 2 de dezembro, em Belo Horizonte, foi aprovado uma resolução que da consequência ao Seminário sobre o marco regulatório, realizado no inicio do mês de dezembro em São Paulo.
“Esta resolução, primeiro ela dá continuidade ao debate, segundo ela sugere aos nossos governadores e parlamentares, que na esfera da sua influencia, façam instalar o conselho de comunicação previsto na constituição, estamos também orientando os nossos parlamentares a exigirem do presidente do Congresso, que instalem o conselho de comunicação que está previsto na constituição e em lei também, e queremos dar continuidade à campanha, divulgando nos nossos veículos, nos sites dos nossos parlamentares, vai ser uma campanha permanente, nós vamos levantar a bandeira da democratização também na campanha eleitoral, queremos que os nossos candidatos defendam”.
(Ricardo Weg – Portal do PT)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Municípios pequenos terão investimentos em água e esgoto da ordem de R$ 2,2 bilhões


Fonte: www.pt.org.br


PAC Funasa vai reunir prefeitos em Brasília nesta quarta-feira (21).


Nesta quarta-feira, (21), a partir das 11h, no Salão Nobre do Palácio do Planalto ocorrerá a cerimônia para as assinaturas de contratação das obras de saneamento pelo Programa de Aceleração do Crescimento, da Fundação Nacional de Saúde (PAC-Funasa), com a presença da presidenta Dilma Rousseff, da ministra Gleisi Hoffmann, além de outras autoridades.

De acordo com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) divulgado este mês, o resultado da segunda fase do processo seletivo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Segundo a Funasa, foram relacionados 1.013 municípios que serão atendidos com recursos da instituição para a realização das obras de abastecimento de água, esgotamento sanitário e esgotamento sanitário / solução estática.
A Funasa informa que com esse número, chega a 3.113 o total de cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes beneficiadas com algum tipo de ação da Funasa juntamente com o programa PAC 2. De acordo ainda com a instituição, a seleção dos projetos apresentados foi realizada a partir da deliberação do Grupo Executivo do Programa de Aceleração do Crescimento (Gepac), instituído pelo Decreto n° 6.025, de 22 de janeiro de 2007.
O deputado federal André Vargas (PT-PR), que irá acompanhar os prefeitos nesta cerimônia, ressalta a importância dos projetos para os municípios, já que os investimentos têm altos valores e serão aplicados em áreas que são importantíssimas para a saúde e bem estar da população.
O deputado alerta ainda aos municípios sobre o prazo para contratação dos projetos de engenharia selecionados - 29 de fevereiro de 2012. “O municípios devem ficar atentos aos prazos e as exigências de documentação”, reforçou Vargas.

Segunda fase
A segunda fase do PAC 2, estabelecida pelo Governo Federal, abrange o período de 2011 a 2014. E a Funasa participa do PAC por meio de ações de abastecimento de água, esgotamento sanitário (soluções coletivas e estáticas) e elaboração de projetos de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Além dos municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes, a Funasa também beneficia comunidades rurais, quilombolas e aldeias indígenas, com destaque para o abastecimento de água.
De acordo ainda com a instituição, os recursos previstos para o PAC Funasa são da ordem de R$ 4 bilhões. Nesta primeira etapa de seleção serão disponibilizados R$ 2,2 bilhões para o período de 2011 e 2012. Somente as ações de investimento previstas para o Semiárido totalizam R$ 222,2 milhões.
A instituição também informou que com a finalidade de aumentar a execução do PAC 2, adotou mudanças estruturais nos critérios para aprovação dos projetos e das obras, proporcionando uma maior qualificação de todo o processo. Essas mudanças abrangeram a capacitação específica de seu corpo técnico em Brasília e nas Superintendências Estaduais (Suest’s).
(Fabrícia Neves – Portal do PT)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Avaliação positiva de Dilma é recorde histórico para 1º ano de mandato, indica pesquisa




Resultado de 56% de ótimo/bom supera balanço final da segunda administração de Lula, de 51%
Por Eduardo Bresciani, do estadão.com.br
Sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A avaliação do governo Dilma de 56% de ótimo/bom é recorde na série histórica da pesquisa CNI/Ibope para o primeiro ano de mandato. Ela tem também a melhor aprovação pessoal, com 72%. As pesquisas começaram a ser feitas em 1995, no primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Foram ouvidos 2.002 eleitores em 142 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Segundo os dados da pesquisa, a avaliação positiva do governo Dilma superou em 5 pontos percentuais a avaliação do final do primeiro ano da segunda administração do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que tinha o recorde anterior com 51%.

Em relação à aprovação pessoal, o resultado de 72% supera também os registrados por Lula. O ex-presidente tinha registrado 66% de aprovação pessoal no final do primeiro ano de seu primeiro mandato e 65% no segundo mandato.

Nessa comparação, Dilma perde para Lula apenas na confiança. Ela tem 68% de índice de confiança na pesquisa deste mês enquanto o ex-presidente tinha 69% ao final de 2003.

Apesar destes números, na comparação direta entre os dois o eleitor tem uma avaliação mais positiva de Lula. Para 28% o governo Dilma é pior que o anterior enquanto 12% consideram melhor. São 57% os que julgam os dois governos iguais.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Chega de militância de sofá



Enquanto acharmos que através da internet, da militância de sofá, conseguiremos que os impérios de comunicação que o dinheiro público erigiu ajam direito, o país continuará sendo esbofeteado como em artigo publicado hoje na versão on line do jornal O Estado de São Paulo em que é dito que a mídia não repercutiu as denúncias do livro sobre a privataria tucana porque tem que lê-las primeiro, como se tal cuidado existisse quando o partido envolvido não é o PSDB.
Por Eduardo Guimarães, Blog Cidadania
Quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Na noite de ontem (terça-feira, 13 de dezembro), participei da cerimônia de entrega do 1º Prêmio CUT. No evento, mais uma vez conversei com lideranças dos movimentos sociais, do movimento sindical, com jornalistas, intelectuais, políticos etc. sobre ideia que venho defendendo desde 2007, quando propus, neste blog, que seus leitores me acompanhassem ao primeiro ato público do Movimento dos Sem Mídia.

A partir daquele ano, por sucessivas vezes tentei pôr em prática o que só agora vejo chances de conseguir. Nos últimos quatro anos, jamais existiu disposição como a que vejo agora nos movimentos organizados da sociedade civil e nos partidos para levarmos à rua, de uma vez por todas, as denúncias fartamente comprovadas de que as Organizações Globo, o Grupo Folha, o Grupo Estado e a Editoral Abril (Veja) lideram um partido político dissimulado que se vale até de atividades criminosas para impedir que este país distribua renda, direitos e oportunidades.

Esse legítimo Partido da Imprensa Golpista composto por impérios de comunicação, esse império do mal que atirou o Brasil em vinte anos de ditadura, essa máfia, enfim, elegeu parlamentares e governantes e cooptou juízes valendo-se do dinheiro público que os tais políticos que elegeu lhes doaram – e que continuam doando.

Toda essa máquina de corrupção, de difamação e de mentiras, agora muitos já sabem, foi erigida com o sangue, com o suor, com as lágrimas, mas, antes de tudo, com o dinheiro do povo brasileiro. Uma máquina que engana incautos, por um lado, e que rouba dinheiro público e distribui a quem aciona tais mecanismos.

Sempre soube, porém, que só poderia ver essa idéia se tornar palatável se conseguisse adeptos entre esses setores com os quais estive no Teatro Tuca, onde a Central Única dos Trabalhadores realizou a sua primeira premiação daqueles que entende que mais contribuíram para a Democracia e a Liberdade no ano passado, entre os quais figura o ex-presidente Lula.

Antes, ainda nesta semana, estive no Intervozes com a mesma finalidade: tratar dos preparativos para uma série de atos públicos, a partir do ano que vem, para denunciar na rua como o país está sendo espoliado por meia dúzia de famílias, pelos políticos que elegem e pelos juízes que põem no bolso

O objetivo dessa agenda de manifestações será explicar ao povão – em vez dos convertidos de sempre – como a comunicação de massas é uma máfia, no Brasil, e para propor a esse mesmo povo que apoie a Frente Parlamentar que apresentará um projeto de lei que visa conter o apetite dos mafiosos.

Não dá mais para esperar pelo governo Dilma. Não fará nada, não enviará projeto nenhum. Semana passada, a presidente repetiu aquela história de que o único controle da mídia que quer é o controle remoto das televisões. Uma barbaridade que o ministro do STF Carlos Ayres Britto também dissera pouco antes.

É uma barbaridade, o que disseram essas autoridades, porque vemos um debate público dessa importância ser literalmente censurado até por concessões públicas de rádio e tevê que continuam sendo regadas por bilhões de reais de dinheiro público ano após ano. É uma barbaridade porque o que se pede nada mais é do que um marco regulatório que existe em todos os países civilizados.

O marco regulatório das comunicações e uma agência como a FCC americana, como o Ofcom inglês ou como a CSA francesa são os objetivos desse movimento que deve eclodir no país no ano que vem simplesmente porque acabou a esperança de que militando atrás de computadores ou sentados em confortáveis sofás este país conseguirá se libertar da ditadura das famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita – uma ditadura que já foi de Estado e que hoje é apenas comunicacional.

Nesse aspecto, a ocultação dos grandes meios de comunicação, inclusive de concessões públicas de rádio e televisão, das denúncias escabrosas e fartamente documentadas contidas no livro A Privataria Tucana, penso que foi a gota d´água para todos os que acreditavam em outras formas de colocar a questão do marco regulatório da mídia na pauta do debate público.

Enquanto acharmos que através da internet, da militância de sofá, conseguiremos que os impérios de comunicação que o dinheiro público erigiu ajam direito, o país continuará sendo esbofeteado como em artigo publicado hoje na versão on line do jornal O Estado de São Paulo em que é dito que a mídia não repercutiu as denúncias do livro sobre a privataria tucana porque tem que lê-las primeiro, como se tal cuidado existisse quando o partido envolvido não é o PSDB.

Abaixo, reproduzo embate entre um vereador petista e outro tucano que ocorreu recentemente no plenário da Câmara Municipal de São Paulo. É perfeito para que você, leitor, entenda a dimensão do cinismo dessa gente. Em seguida já concluo este comentário.



Há anos que jornalistas, blogueiros, intelectuais, partidos políticos e movimentos sociais vinham acreditando em alguma forma de diálogo com a direita tucano-midiática. Depois do escândalo da ocultação do livro sobre a privataria pela mídia, acho que já não acreditam mais.

Entendo perfeitamente o senso de responsabilidade de todos os que sempre apoiaram as iniciativas do MSM mas que jamais se envolveram de verdade com elas por acharem que não seria por aí que se travaria essa luta. CUT, MST, UNE, entre tantos outros, já vão chegando à conclusão de que chega de apanhar, de serem criminalizados por ordem de quatro famílias e dos interesses que elas defendem no âmbito da comunicação social.

Os crimes da mídia não têm fim, são cada vez mais ousados. E tendem a piorar.

Essas famílias midiáticas transformaram estudantes da USP em drogados, traficantes e arruaceiros por quererem que o debate sobre a Cidade Universitária ser policiada pela Polícia Militar não fosse discutido com o bode na sala, ou seja, só após a medida da reitoria ter sido adotada.

Os barões da mídia escondem denúncias gravíssimas e cheias de provas documentais de roubalheira de bilhões de dólares de patrimônio público praticada pelos arautos da moralidade do PSDB, os quais, quando questionados, fazem discursos indignados como o que você assistiu no vídeo acima.

Será que chega? Será que todos já entenderam? Podemos publicar todos os posts que quisermos, podemos escrever todos os livros que quisermos, podemos apresentar todas as provas possíveis e imagináveis – mesmo se forem um áudio ou vídeo com José Serra e FHC confessando a privataria –que não adiantará nada sem dar continuidade na rua.

E sabe por que não adiantará, leitor? Porque o Judiciário senta em cima de qualquer denúncia contra tucanos e amigos. Governantes tucanos roubam à vontade e a mídia finge que não vê enquanto transforma cada tapioca do governo petista no “maior escândalo da história”.

Comparem as cifras do mensalão com as da privataria. Não que ilegalidades não tenham sido praticadas por petistas e aliados no âmbito do financiamento de campanha via caixa 2, que obviamente envolve recursos de origem duvidosa. Mas os suspeitos estão sendo processados judicialmente e a mídia os ataca todo dia desde 2005. Está tudo sendo apurado e ocorrerão punições.

Enquanto isso, roubo de cifras astronômicas durante a privataria tucana, centenas de vezes maiores do que os valores envolvidos naquilo que a mídia tucana diz ser “o maior escândalo de corrupção da história”, é ignorado por um Judiciário acovardado diante do poder de difamação das quatro famílias midiáticas e de seus tentáculos.

Mais uma vez: a Justiça brasileira sentou em cima de processos contra Serra, sua filha e tantos outros envolvidos na maior roubalheira de dinheiro público da história brasileira porque juízes têm medo de virar alvo dos meios de comunicação controlados pelas famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita, os quais tratam de proteger o tucano porque ele é o despachante que querem pôr no Planalto.

E para que não reste dúvida: jamais se pediu, aqui, que os escândalos contra petistas e aliados não fossem denunciados. Nunca, jamais. É dinheiro público que pode estar envolvido. É dinheiro meu, também. Dinheiro que paguei de impostos e que tirei do tratamento da saúde de minha filha de 13 anos, portadora de Síndrome de Rett (paralisia cerebral).

O que não se pode aceitar mais é que os tucanos roubem muito mais e que, para ficarem impunes, usem mais dinheiro público para retribuir o apoio de Globo, Folha, Estadão, Veja e de seus tentáculos. Se querem montar uma máquina publicitária para combates políticos que façam com dinheiro de quem os apóia, não com o dinheiro que é de todos.

Então, chega de militância de sofá, leitor. Só indo à rua quantas vezes forem necessárias e aos milhares, às dezenas de milhares, porque os setores organizados da sociedade civil supracitados têm força e representatividade para tanto. Podem obrigar a mídia a aceitar o debate sobre o marco regulatório das comunicações. Ela poderá esconder as manifestações uma, duas, três vezes, mas não poderá esconder para sempre.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DILMA ROUSSEFF – Brasileira do Ano 2011


DILMA ROUSSEFF  – Brasileira do Ano 2011
No primeiro ano de mandato, a presidente Dilma mostrou pulso firme, manteve o país na rota do crescimento da era Lula e foi destaque na cena internacional
Octávio Costa e Adriana Nicacio
Suceder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mais carismático e popular da história do Brasil, era, sem dúvida, um grande desafio. Mas a primeira mulher a governar o País não costuma recuar diante de obstáculos. Ao contrário, o que mais emociona a presidenta Dilma Rousseff são exemplos de superação diante das dificuldades da vida. E, neste primeiro ano de mandato, ela deu prova de sua determinação. Comandou um agudo corte orçamentário, mas sem descuidar do crescimento e da geração de empregos. Sob a batuta de Dilma, o Brasil foi uma das poucas economias a crescer em meio a uma gravíssima crise internacional. Em poucos meses, Dilma mostrou seu estilo firme de administrar e bateu o recorde de aprovação da opinião pública em início de governo, deixando para trás o próprio Lula. Em suas viagens ao Exterior, ela também conquistou projeção imediata. “O Brasil hoje se encontra numa situação única. Somos respeitados, sobretudo, porque o mundo percebe a força de ter 190 milhões de habitantes, num regime democrático, capitalista, cumpridor dos contratos e com um imenso viés social”, festejou a presidenta Dilma Rousseff ao receber ISTOÉ em seu gabinete no Palácio do Planalto.
O Brasil, de fato, é a bola da vez na cena internacional. Mas Dilma Rousseff impôs sua presença com uma rapidez impressionante. Primeira mulher a abrir a Assembleia-Geral da ONU, a presidenta da República hoje é considerada a terceira estadista mais poderosa do mundo, em ranking da revista “Forbes”. Tem à frente apenas a chanceler alemã, Angela Merkel, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. A tradicional revista “The New Yorker” chamou-a de “A Ungida” e afirmou que Dilma “está conduzindo o País num boom econômico”, dando lições de boa governança até mesmo ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Num misto de modéstia e gratidão, a presidenta diz que deve ao ex-presidente Lula a acolhida generosa por seus pares nos fóruns multilaterais. Ela cita como exemplo o que aconteceu durante a reunião do G-20, nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, na França, quando os presidentes das 20 maiores economias discutiram a crise global. Dilma contou à ISTOÉ que, assim que tomaram conhecimento de que Lula havia sido internado para se tratar de um câncer na laringe, todos os estadistas fizeram questão de manifestar solidariedade.
 PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA
A presidenta Dilma foi reverenciada por líderes mundiais ao ser
a primeira mulher a abrir a reunião da Assembleia-Geral da ONU

Mas um gesto chamou em especial a atenção da presidenta. Conhecido por sua feição sempre compenetrada – há quem diga que ele poderia ver uma bomba atômica explodir sem piscar os olhos –, o presidente da China, Hu Jintao, aproximou-se de Dilma e disse ao pé do ouvido: “Quero lhe pedir para manifestar ao presidente Lula meus votos de recuperação. Não me dirijo ao líder latino-americano nem ao ex-presidente do Brasil, e, sim, ao meu amigo Lula.” Ao destacar o episódio, a presidenta conta às gargalhadas como se deu a aproximação de Lula e Hu Jintao. Então ministra da Casa Civil, ela foi à Coreia na comitiva presidencial. “Num corredor, Lula avistou o presidente chinês e gritou: Hu Jintao! Pegou na bochecha dele e disse que estava com saudades. Falava em português, como se o Hu Jintao estivesse entendendo tudo. Daquele jeito que só Lula tem, abraçou-o e saiu andando com ele”, lembra. A conclusão de Dilma é de que herdou as relações afetivas que só o ex-presidente é capaz de construir. É natural, portanto, que ela tenha sofrido um choque com a doença de seu dileto amigo. “Nos falamos quase diariamente. Ele está bem”, torce a presidenta.
A boa notícia do ano, na visão da presidenta da República, foi o desempenho da economia. Dilma soube antever que os problemas externos, mais cedo ou mais tarde, iriam bater à porta e decidiu conduzir a política econômica com todo rigor. Em dezembro as previsões indicam que a Europa e os Estados Unidos estão à beira da recessão. Mas para o Brasil as expectativas são otimistas. A economia deve crescer 3,4% neste ano e 3,2% em 2012. A taxa de desemprego caiu para 5,8%, o menor índice para o mês de outubro desde 2002, e o número de trabalhadores com carteira assinada subiu 7,4%. “Foi um ano muito bem-sucedido”, comemora a presidenta.
EM DESTAQUE
Foto oficial de Dilma passou a compor, este ano, a
galeria e presidentes da República do Palácio do Planalto
No governo Dilma, voltou a reinar a paz entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Alexandre Tombini, no BC, e Guido Mantega, na Fazenda, conduzem a economia em total sintonia. Para evitar conflitos, ninguém mais no governo fala sobre economia. Só Mantega e Tombini estão autorizados a dar declarações e fazer análises de conjuntura. Nesse clima amistoso, o Planalto pôs em prática o antigo desejo de reduzir os juros para ampliar a taxa de investimento interno e baratear o crédito. O primeiro corte de juros veio em 1o de setembro e, como era de esperar, provocou uma reação histérica do mercado financeiro. Alguns analistas atribuíram a decisão do Copom à intervenção do Planalto na política monetária e previram o pior para o País. A presidenta Dilma, entretanto, reafirmou a autonomia do BC e, hoje, faz um brinde ao acerto da decisão. “O Banco Central provou que consegue manter a estabilidade da economia. Persegue com sucesso todas as condições de solidez macroeconômica para podermos crescer”, diz ela.
Convicta de que o País vai continuar a nadar contra a maré internacional, a presidenta concentra seu foco na área social. Ela destaca o lançamento de projetos estratégicos para a correção de desigualdades históricas. O Bolsa Família, com peso cada vez maior nas crianças, é um dos pilares do programa Brasil sem Miséria. Atualmente, dos 16,2 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza, 40% são menores de 14 anos. “Minha obsessão é garantir a essas crianças e a esses adolescentes o acesso a uma boa alimentação e às políticas de educação e saúde”, afirma a presidenta. O Água para Todos, lançado em julho, faz parte dessa preocupação. Na Saúde, a presidenta dá ênfase à distribuição gratuita de remédios para diabetes e hipertensão. Desde fevereiro, mais de 6,5 milhões de medicamentos foram distribuídos. “Isso mostra como tinha gente que precisava de remédio sem conseguir”, constata. A presidenta diz que essas são as duas doenças que mais matam no Brasil. E faz referência especial aos programas SOS Emergência, Saúde em Casa e Melhor em Casa, que têm como meta enfrentar a superlotação nos prontos-socorros e a falta de leitos nos hospitais.
A CRIATURA E O CRIADOR
Lula e Dilma usam cocar indígena durante inauguração de ponte sobre o rio Negro, em Manaus
Dilma Rousseff também considera importantíssimo o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Para ela, “trata-se da maior reforma da educação profissional já feita no Brasil”. Até 2014, o governo federal vai criar oito milhões de vagas na capacitação de jovens e adultos. Em outra frente, o Ciência sem Fronteiras pretende distribuir 100 mil bolsas de estudo no Exterior a universitários brasileiros. “Queremos colocar gente no Exterior fazendo bolsa sanduíche na graduação e no doutorado. O desafio para mudar o País está na ciência e tecnologia e passa pela educação”, avalia. O Brasil, a seu ver, tem que entrar em outro patamar: “A indústria automobilística não pode só importar carros prontos. Não somos tupiniquins. Isso vale também para as sondas da Petrobras.”
Em contraste com os avanços na área social e o êxito econômico, a cena política foi marcada por sobressaltos. Desde a demissão do ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, em 7 de junho, o País assistiu à queda de praticamente um ministro por mês. Assessores da presidenta, porém, argumentam que a política e as relações com o Congresso são tradicionalmente um terreno movediço. “Essa área nunca é fácil”, afirma uma fonte do Planalto. E garante que a presidenta Dilma tratou as demissões de seus ministros como “ossos do ofício”, preocupada, acima de tudo, em não paralisar seu governo. Embora discuta a reforma ministerial da forma mais reservada possível, com consultas indiretas aos interlocutores, Dilma fará uma troca de cadeiras no início do ano.
APESAR DO CORTE ORÇAMENTÁRIO, OBRAS PARA A COPA
DE 2014 OBEDECERAM AO CRONOGRAMA IMPOSTO POR DILMA
 
DE OLHO NA COPA
Ao lado de Pelé, Dilma vistoriou as obras da reforma do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte
 Para além das preocupações e da pesada rotina do cargo, recomenda-se a quem quiser ter uma conversa mais descontraída com a presidenta Dilma que se informe sobre o mundo das artes plásticas. A presidenta é apaixonada por pintura, especialmente pelo acervo do museu Jacquemart-André, no boulevard Haussmann, em Paris. Ali estão, por exemplo, quadros da pintora clássica francesa Elisabeth Vigée-Le Brun, uma das preferidas de Dilma. A presidenta gosta muito de um retrato que Le Brun pintou de Maria Antonieta, a rainha que foi decapitada na Revolução Francesa. A presidenta também elogia a coleção de autorretratos da Galeria Uffizi, em Florença. Ao passar por Paris, na volta da reunião do G-20, em Cannes, Dilma “morreu de vontade” de visitar o Centro Georges Pompidou para ver a exposição do norueguês Edvard Munch, pioneiro do movimento expressionista. Mas a logística de segurança não permitiu, pois a presidenta é sempre acompanhada por um batalhão de fotógrafos. Após as eleições em 2010, ela foi a Paris e revisitou o museu Jacquemart-André. “Todos entraram atrás de mim. A gerente me perguntou se eu estava acompanhada. Disse que não. Mesmo assim, ela pediu que eu me retirasse. Saí com muita vergonha”, confessa.
A paixão pela arte não impediu que a presidenta tornasse pública a rejeição ao ambiente frio do Palácio da Alvorada, obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Ela explica que não tem nada contra o Palácio, mas ressalta que não foi feito para morar. Considera a biblioteca maravilhosa, porém sente falta de uma cozinha pequena, pelo menos para esquentar água. A cozinha do palácio fica na extremidade oposta ao quarto da presidenta. Apesar dos senões, a presidenta afirma que “o Alvorada é de dar orgulho aos brasileiros e é adequado a um país como o Brasil”. É um monumento que não deixa a desejar, segundo ela. “Você vê o espanto na cara das pessoas”, diz, e lembra que o presidente Obama ficou embasbacado ao visitá-lo. As filhas de Obama diziam: “Pai, é o palácio mais bonito que conhecemos.”

CUMPRINDO UMA PROMESSA DE CAMPANHA, DILMA ANUNCIOU
A AMPLIAÇÃO DOS PROGRAMAS MINHA CASA MINHA VIDA E PAC 2
 
FOCO NO SOCIAL
A presidenta lançou, em junho, a segunda fase do principal programa habitacional do governo
 
NOVO FÔLEGO
Construção do navio Celso Furtado marcou a retomada da indústria naval

No plano administrativo, Dilma Rousseff se emocionou com a criação da Comissão da Verdade, que vai apurar os crimes da ditadura militar, e a sanção da lei de Acesso às Informações Públicas, que prevê o sigilo máximo de 50 anos para documentos oficiais. A presidenta também foi às lágrimas em outros eventos: no lançamento do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e ao receber em audiência atletas dos Jogos Parapan-Americanos. Ela admite que exemplos de superação mexem com seu coração. “Fiquei impressionada com aquele menino (o nadador Daniel Dias) com 11 medalhas. Ele me disse que transformou o defeito em vantagem”, conta. Dilma diz que “viver é perigoso”, citando Guimarães Rosa, mas acrescenta que vencer obstáculos é mais difícil ainda para quem tem restrição física.
Na verdade, superação de dificuldades é um traço marcante da vida de Dilma Rousseff, que completa 64 anos no dia 14 de dezembro. Filha de um imigrante búlgaro, ela participou da luta armada, foi presa, torturada e sobreviveu aos carrascos por milagre. Conseguiu reconstruir sua vida e, hoje, é presidenta da República. O que espera para o futuro? Dilma bate três vezes no tampo da mesa, três vezes na parte de baixo e responde: “Lula me deixou um legado e eu vou passá-lo para a frente. Estamos construindo tudo para esse País crescer de forma segura e sustentável.”
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