Fotos: André Corrêa/PT no Senado - Roosevelt Cassio/REUTERS - arte Newton Vilhena - PT
Senador ficou indignado com tentativa de esvaziamento da audiência pública para debater o caso. Suplicy vai levar o assunto ao CNJ
O foco da audiência pública realizada nesta quinta-feira (23) na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal era o debate sobre a violência na ação de reintegração de posse da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Na audiência, os representantes dos moradores da área compareceram, o que não foi o caso dos pelo menos quatro representantes do governo do estado de São Paulo, convidados para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades da ação.
Quando houve a tentativa de se justificar essa ausência e desqualificar o propósito da audiência, classificada pela oposição de ação unilateral do Partido dos Trabalhadores, o senador Eduardo Suplicy (PT/SP) reagiu com forte indignação. “Era importante tratar deste assunto o quanto antes, e dada sua complexidade, seria adequado dedicar uma audiência inteira a ele, e depois tratar de outros episódios. (...) Foi escolhida a data adequada para a presença dos representantes do governo paulista. Assim como os quatro juízes envolvidos nas decisões sobre o caso”, rebateu Suplicy, dizendo que fora construído um acordo entre as partes convidadas para que todos os lados estivessem presentes.
A reação indignada e enérgica do senador petista garantiu que a audiência fosse levada a diante, mesmo sem a presença dos representantes do governo paulista. Os participantes puderam assistir a um vídeo sobre a violência policial e as condições em que estão vivendo os moradores do Pinheirinho, recolhidos em abrigos improvisados.
A reação indignada e enérgica do senador petista garantiu que a audiência fosse levada a diante, mesmo sem a presença dos representantes do governo paulista. Os participantes puderam assistir a um vídeo sobre a violência policial e as condições em que estão vivendo os moradores do Pinheirinho, recolhidos em abrigos improvisados.
Suplicy assegurou que seria de “fundamental importância” que todos os envolvidos se manifestassem, porque enviará ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) as notas taquigráficas da audiência para que sejam tomadas as providências cabíveis.
Dirigente petista lamenta ausência dos gestores tucanos
De acordo com o secretário nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, Renato Simões, os tucanos fogem do debate proposto pelo senador Suplicy sobre a desapropriação de Pinheirinho por que foram coniventes com a especulação imobiliária em detrimento à população daquele bairro.
De acordo com o secretário nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, Renato Simões, os tucanos fogem do debate proposto pelo senador Suplicy sobre a desapropriação de Pinheirinho por que foram coniventes com a especulação imobiliária em detrimento à população daquele bairro.
“É injustificável o que os tucanos fizeram no caso do Pinheirinho, eles foram coniventes com a especulação imobiliária, se negando desde o início da ocupação há anos atrás, a buscar alternativas junto ao governo federal, para transformar aquela região em uma área de moradia popular”.
Renato lamentou a ausência, na audiência pública, do governo municipal de São José dos Campos e do governo de São Paulo, bem como os representantes do poder judiciário, que deu o “amparo legal” à desocupação: “além do debate que é necessário, que é salutar, o poder público deve explicações à sociedade e este é o objetivo de audiências como estas em que as autoridades do estado de São Paulo não podem se furtar a prestar contas de seus atos”.
http://soundcloud.com/ptbrasil/pinheirinho-suplicy-esbraveja
Houve violência sim!
Secretário ouviu relato de ex-morador baleado
Simões esteve com David, ex-morador do Pinheirinho e que está internado se recuperando de tiros efetuados pela Guarda Municipal durante a ocupação, o que desmente as afirmações oficiais do governo paulista que não houve atos violentos durante a desapropriação no Pinheirinho.
“Este fato, ele é gravíssimo, porque durante toda a operação se dizia que nenhuma força policial envolvida utilizou armamento de fogo, na verdade a Polícia Militar utilizou armas menos letais, mas igualmente letais, há um número grande de vítimas, somente o Conselho Estadual de Direitos Humanos ouviu e tomou a termo, com assinaturas das vítimas, mais de 600 depoimentos de agressões, de violências, de destruição dos bens, dos lares ali do Pinheirinho. O caso do David é importante, como também o caso de pessoas que estavam desaparecidas e apareceram em condições lamentáveis, nas suas condições físicas, então é um conjunto de episódios que não faz com que seja possível o governo de São Paulo tapar o sol com a peneira”, relatou.
(Jamila Gontijo com informações da liderança do PT no Senado)
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