terça-feira, 30 de outubro de 2012

CUT cobrará de prefeitos a participação dos trabalhadores em conselhos, afirma presidente


FONTE: PT


Vagner Freitas faz balanço das eleições e destaca o papel do movimento sindical


Com o fim do segundo turno das eleições municipais no último domingo, as 5.564 cidades brasileiras já tem definidos os prefeitos e vereadores para os próximos quatro anos.
As votações fortaleceram o Partido dos Trabalhadores (PT), que irá comandar o maior número de cidades com mais de 200 mil eleitores e sagrou-se a sigla mais votada do país. A maior vitória, sem dúvida, foi em São Paulo, com Fernando Haddad. Ainda no território paulista, dos 10 maiores municípios, o PT comandará cinco, além da capital paulista: Guarulhos, São Bernardo do Campo, Osasco, Santo André e São José dos Campos.
Em entrevista, o presidente da CUT, Vagner Freitas, faz um balanço das eleições, destaca o papel do movimento sindical após o pleito e aponta que a prioridade é estabelecer um canal de negociação permanente com os movimentos sociais.
Portal da CUT – Qual o balanço que você faz das eleições?
Vagner Freitas – Primeiro, felicitar o prazer de poder votar. Apesar de você ainda não ter democracia econômica, com divisão de renda, mas a democracia política é muito importante para qualquer república. Ficou tão normal votar no Brasil e isso é tão bom, mas não podemos esquecer que voto é conquista do povo. Esperamos que esses governantes respeitem essa população e deem dignidade à sua gestão.
Como o eleitor deve atuar a partir de agora?
E isso só acontece com acompanhamento dos trabalhadores e da sociedade como um todo. Participar de uma eleição não é só votar. É o primeiro passo, mas a sociedade precisa fazer e, no Brasil não existe, é acompanhar os mandatos e vincular o governante com o que ele defendeu na campanha. Nisso nós temos que evoluir muito. O cidadão se vê apenas como eleitor, escolhe o candidato e depois não acompanha, e o governante, em geral, esquece o eleitor.  O papel dos movimentos sociais é organizar os trabalhadores para que façam o acompanhamento do mandato e não deixem que ele esqueça dos compromissos assumidos.

A partir de agora, qual o papel da CUT?
Iremos discutir com os governantes para que constituam conselhos da sociedade civil e possamos acompanhar os mandatos, claro. Nós temos a Plataforma da Classe Trabalhadora (cliquei aqui para conhecer), que condensa o que pensamos, fundamentalmente, a aplicação de recursos públicos para que os trabalhadores tenham acesso a serviços públicos de qualidade e as estaduais da CUT irão fazer o contato com os prefeitos eleitos, principalmente de capitais e cidades de médio porte, para entregar mais uma vez a plataforma e conseguir com que assumam o compromisso com este documento. Agora, não mais como candidatos, mas como governantes. Para as administrações municipais a luta é estar presente na discussão sobre o orçamento dos municípios para que estejam voltadas às questões sociais, fundamentalmente de educação, saúde, transporte e moradia. A participação dos trabalhadores e dos sindicatos na discussão sobre a destinação das verbas no orçamento para questões populares é a principal função nas cidades.

Qual o recado que as urnas deixam?
As eleições consolidam o Partido dos Trabalhadores como o mais importante do Brasil e o ex-presidente Lula como o principal político e a mais importante liderança de massa do país. Um partido com quase 18 milhões de votos, o mais votado neste ano, mais votado em regiões metropolitanas, que cresceu 14% em relação ao número de cidades governadas em 2008, que ganhou mais de mil vereadores além do que tinha, mas acima de tudo consolida uma presença em São Paulo, que é um calcanhar de Aquiles. Essa proposta de desenvolvimento que o ex-presidente Lula começou e que a presidenta Dilma deu continuidade sempre teve derrotas em São Paulo que a enfraqueciam. Com a vitória em São Paulo, eu acredito que você vai solidificando o entendimento de que o processo de desenvolvimento trazido pelo PT e pelos partidos aliados se sobrepõe ao projeto de minimalismo do Estado, de não participação de políticas públicas, de governos voltados apenas à questão do mercado e não ao Estado como indutor do desenvolvimento, a grande diferença entre o PT e o PSDB. Esse quadro também fortalece a presidenta Dilma para 2014 para além da gestora e a coloca como outra grande liderança política que subiu nos palanques dos candidatos cumpriu o papel de demonstrar para a população o que pensa a presidenta. A vitória de Fernando Haddad, em São Paulo, aponta que o eleitor consegue identificar as diferentes propostas e não adianta os analistas tentarem vender a ideia de que o poder foi fatiado no Brasil. O PT e o Lula foram os grandes vencedores dessas eleições. Quem diz o contrário, não está fazendo análise, está dando opinião.

Um dos partidos que mais cresceu foi o PSB, de Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Qual caminho você acredita que o partido adotará?
Isso coloca outro ingrediente para a eleição de 2014: o que quer o PSB de Eduardo Campos? Quer apenas se fortalecer pra ser o principal aliado do PT numa disputa interna com o PMDB na base aliada ou quer ser uma terceira via nessa disputa PT/PSDB? Ou engrossará o coro dos tucanos numa possível aliança com o senador Aécio Neves, provável candidato em 2014? Sem dúvida nenhuma o resultado de Pernambuco, com a vitória em Recife, do Ceará, com a vitória em Fortaleza, e de São Paulo, com a vitória em Campinas, alçam ao PSB ao patamar da noiva mais disputada. Eu acompanhei de perto as eleições e a estratégia nesses locais foi confrontar o PT. Tentando poupar a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, até porque existe uma aliança nacional, mas em confronto com o Partido dos Trabalhadores, inclusive usando argumentos dos tucanos, como o Mensalão. O PSB ainda não tem cara muito definida, em alguns momentos defende as políticas sociais, mas em outros mais próximo do PSDB. Em Campinas, o Jonas Donizete não é socialista, é tucano. O mesmo acontece com os prefeitos de Cuibá, Fortaleza e em Recife. Mas, tenho a impressão que pelo resultado consagrador do PT nas urnas, o governador Eduardo Campos não fará disputa para 2014, mas se fortalecer para chegar mais robusto e propor em 2018 que o candidato do governo seja ele.

E o que esperar do PSDB?
O PSDB está cada vez mais longe de ser o partido que pensaram Franco Montoro, Fernando Henrique e Mário Covas, quando saíram do MDB para criar o PSDB. O partido de hoje é absolutamente conservador e sepultou a carreira política do Serra, não por ter perdido a eleição, mas por ele pular na onda do político conservador de direita e jogou fora até uma trajetória de juventude que teve ligada ao movimento estudantil. E, agora, desde a disputa presidencial com Dilma, soma ao seu discurso questões que o consagram como um candidato atrasado, conservador e retrógrado, que é o debate sobre a criminalização do aborto, sobre o ‘kit gay’. É o debate do preconceito sem proposta. Por outro lado, ficou nítida a posição do Aécio Neves de se preservar, que não ‘conservadorizou’ seu discurso, manteve pensando para a sociedade essa sociedade light como bom instrumento de marketing. Paralelo a isso, tivemos o ressurgimento do PT de Minas Gerais, com a candidatura heroica de Patrus Ananias.

Portal da CUT Nacional

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PSDB faz campanha sórdida e de baixo nível até o final da disputa



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Com frequência ouve-se o ditado de que "quem sai aos seus, não degenera". Os tucanos são bem isso. Eles iniciam suas campanhas eleitorais com baixo nível, não conseguem ou não querem mudar o curso disso, e mantêm a baixaria até o final.

Como aconteceu, agora, com a campanha de José Serra (PSDB-DEM-PSD-PV-PTB-PDT) a prefeito de São Paulo no 1º e no 2º turnos. Até as horas finais da campanha, ainda apelavam, escoravam-se em sua estratégia de espalhar o medo, propalar boatos e fazer da mitomania uma verdadeira tática e política de campanha.

No último dia da campanha (ontem), então, recorreram a material apócrifo que apareceu e foi espalhado em muitos pontos de São Paulo. O PT fez muito bem em pedir à Polícia Federal (PF) que apure a origem e autoria dos panfletos com estas críticas a José Serra, que não costumam ser feitas e nem tem o tom das desfechadas pelos petistas contra adversários.

Fundamentadas razões para suspeitar que material é dos tucanos

O partido fez bem em solicitar a investigação da PF. Vamos aguardar os resultados. Eu, particularmente, tenho sérias suspeitas de que aquilo só pode ter sido produzido pela campanha do Serra.

Raciocinem comigo, vejam se não estou com a razão: seria muita e pura estupidez quem está com 60% de votos consolidados, como é o caso do candidato Fernando Haddad (PT e partidos aliados), contra 40% de José Serra, fazer campanha com esse caráter.

Quem não fez isso ao longo da campanha, ainda mais com uma vantagem consolidada de 20 pontos percentuais sobre o adversário, vocês acham que baixaria o nível da disputa? A campanha do Haddad e do PT em nenhum momento baixou o nível seja na propaganda no rádio e na TV, seja nos debates, seja no material gráfico (impresso).

Campanha inteira do PSDB foi marcada por baixaria e demagogia

Já a campanha de José Serra, durante toda a disputa só fez baixarias e demagogia. Inclusive apelando para a questão e o sentimento religioso, quando não para a pura homofobia. A campanha deles foi de tão baixo nível, e de tanta apelação, que bem devia ter sido denunciada à Justiça pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Aliás, tenho para mim que só não foi em decorrência da cumplicidade que existe hoje entre eles.

Vou dizer a vocês: aquela nota divulgada no início da tarde da 6ª feira (ontem) pela campanha de José Serra, em que eles chamam de "delinquente" o adversário Fernando Haddad, francamente... É coisa de quem faz campanha de baixo nível. E mais grave, pioram o tom, resvalam mais para a imundície e o esgoto a cada campanha.

Armam de tudo, os tucanos - como eu suspeito - acusam o PT de espalhar panfletos, cavaletes e faixas acusando José Serra de contribuir para extermínio de negros e pobres e depois ainda querem atribuir a autoria disso ao PT...

Fez bem, portanto, o comando da campanha do Haddad ao divulgar a nota em que afirma: "Chamar o adversário político de 'delinquente', como foi feito pela campanha do PSDB, é uma atitude que comprova o incorrigível baixo nível, o reiterado desrespeito e o crescente desespero do candidato José Serra."
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