quarta-feira, 25 de abril de 2012

Os desafios da esquerda na gestão municipal, segundo Pochmann


A intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições dos dois mais importantes municípios paulistas - São Paulo, capital e Campinas – tem um objetivo que transcende o pleito de outubro. Lula colocou em andamento uma estratégia que consiste em oxigenar o PT via seu núcleo paulista, estruturado a partir dos movimentos sindicais dos anos 80, e trazê-lo para uma realidade de democracia consolidada no país, mas de onde emerge uma classe desgarrada do sindicalismo, das associações de base ou da militância em movimentos sociais.
Essa visão dos desafios que o partido terá que enfrentar para se adequar a esse novo ciclo político foi exposta por Lula ao economista Márcio Pochmann, no ano passado, quando o chamou para conversar sobre a possibilidade de aceitar a candidatura petista à prefeitura de Campinas. Simultaneamente, Lula investiu no seu ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, para que assumisse igual papel, em outubro, na disputa pela prefeitura da maior cidade do país e da América Latina, São Paulo.
Pochmann e Haddad têm biografias parecidas. Ambos, muito jovens, estavam nas articulações que resultaram na fundação do PT. Os dois, em algum momento, tornaram-se quadros intelectuais do partido, ao seguirem carreira acadêmica. Ambos integraram a administração de Marta Suplicy (2001-2004) - Pochmann comandou a pasta do Trabalho e Haddad foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças, cujo titular era João Sayad. Haddad foi ministro de Lula; Pochmann assumiu, em 2007, a presidência do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
Ambos podem ser enquadrados na classificação de "técnicos", por terem feito carreiras mais ligadas à academia do que à política institucional, mas não há como negar que, também por essas qualidades, foram parte e articuladores de políticas de gestão pública importantes.
"O PT é muito grande e terá candidatos a prefeitos de diversas origens. Haddad e eu somos os únicos que viemos do sistema universitário e com experiências mais intelectuais", afirmou Pochmann, em entrevista à Carta Maior. A escolha de dois acadêmicos que tiveram experiências na gestão pública federal, na opinião do pré-candidato em Campinas, é uma inversão na ideia de que uma prefeitura é apenas o início de uma carreira política: o espaço municipal é retomado como um elemento fundamental para o êxito de políticas públicas. “O sucesso do governo federal em políticas públicas decorre de experiências exitosas de prefeituras, como os bancos populares municipais, o orçamento participativo, políticas de distribuição de renda e o próprio Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma Pochmann.
O movimento municipalista dos anos 70 e 80, se foi fundamental para a inovação da gestão, vive hoje uma fase de esgotamento, pela “pasteurização das políticas públicas”, afirma o economista. As inovações daquele período foram absorvidas indistintamente pelas administrações municipais, independentemente dos partidos políticos a que pertenciam os gestores. Pochmann acredita que desafio para ele e Haddad é propor um novo ciclo de renovação de políticas públicas, numa realidade econômica em que o país tem uma melhor distribuição de renda e adquire maior importância no cenário internacional.
Pochmann, que se intitula da “esquerda democrática, que tem como valor fundante a radicalização da democracia”, considera que essa vertente ideológica tem desafios próprios. O primeiro deles é o de reconhecer “um certo esgotamento da experiência democrática representiva” e, a partir daí, avançar e propor novos instrumentos de participação da população na gestão municipal. Um avanço seria associar os conselhos municipais, que hoje existem em todas as áreas da administração, a orçamentos participativos territorializados. “Hoje há áreas geográficas enormes, com grandes populações, e a ideia de um município centralizado na prefeitura, em um único espaço, distancia a participação popular”, afirma o presidente do Ipea.
Outro desafio, segundo o pré-candidato, será lidar com cidades que tiveram uma forte experiência industrial e hoje se transformam em municípios de serviços. A cidade industrial empurrou as pessoas mais pobres para as periferias e comprometeu uma grande parte do tempo das pessoas com todos tipos de deslocamento. A cidade de serviços, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, não pressuporá grandes deslocamentos “se houver uma mudança da centralidade da cidade”. O novo modelo é aquele em que o trabalho e a residência são mais próximos, “com forte presença do espaço público e da educação, que é o principal ativo dessa sociedade”, diz Pochmann.
O outro grande desafio é a alteração na demografia das grandes cidades brasileiras. “Estamos vivendo uma transformação importante na queda da fertilidade brasileira e em duas décadas teremos uma regressão absoluta no número de habitantes e um aumento na proporção de pessoas idosas”, observa. Esta é uma realidade para a qual o país não está preparado. “Vão sobrar escolas, haverá uma mudança no perfil profissional da população e será uma sociedade de jovens e adultos muito complexa, com forte dependência do conhecimento”.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre a corrupção


FONTE: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20013

A instalação da CPI sobre a possível rede criminosa do contraventor Cachoeira abre uma extraordinária oportunidade de investigar a fundo, não só um caso concreto, mas os métodos, a cultura, a simbiose entre o sistema político, o Estado e as organizações criminosas politizadas. Estas não só interferem na pauta administrativa dos governos, mas também na pauta política dos partidos e podem mancomunar-se com órgãos de imprensa para transitar interessses econômicos e políticos. O artigo é de Tarso Genro.

Ao contrário do que torcem - e em parte patrocinam significativos setores da mídia - não está se abrindo uma crise com a instalação da CPI sobre a possível rede criminosa do contraventor Cachoeira. Abre-se, sim, uma extraordinária oportunidade de investigar a fundo, não só um caso concreto, mas os métodos, a cultura, a simbiose (às vezes espontânea e no mais das vezes deliberada), entre o sistema político, o Estado e as organizações criminosas politizadas. Estas, como já está provado, não só interferem na pauta administrativa dos governos, mas também na pauta política dos partidos e podem mancomunar-se com órgãos de imprensa para transitar, ou interesses de grupos econômicos -criminosos ou não- ou interesses dos diferentes partidos aos quais estes órgão são simpáticos.

Para que esta oportunidade seja aproveitada é necessário, porém, que a CPI tenha a predominância de parlamentares que não tenham medo. Não tenham medo de que o seu passado seja revelado - um passado complicado fragilizaria o resultado da CPI -, não tenham medo de ser achincalhados pela imprensa, pois à medida que contrariarem os interesses que ela defende serão ridicularizados por algum motivo ou atacados na sua honradez. Não tenham medo, sobretudo, de encontrar algum resíduo de envolvimento seu, na teia de interesses, manipulada pelo grupo ora apontado como criminoso.

Uma parte da esquerda, na defensiva em função do cerco a que foi submetida principalmente no primeiro governo do Presidente Lula, convenceu-se que as denúncias feitas pela imprensa não passavam de montagens para nos desgastar. Ora, é razoável supor que muitas denúncias são forjadas (em função de brigas entre empreiteiras, por exemplo, ou para desmoralizar lideranças que são importantes para os governos), mas tomar as denúncias como produto de uma conspiração é errado. É deixar de lado que o estado brasileiro, historicamente cartorial, bacharelesco, barroco nos seus procedimentos e forjado sob o patrocínio do nosso liberalismo pouco republicano, tem um sistema político-eleitoral e partidário, totalmente estimulante aos desvios de conduta e às condutas que propiciam a corrupção.

O uso que a mídia faz dos eventos de corrupção, para tentar destruir o PT e a esquerda é, na verdade, um elemento da luta política por projetos diferentes de estado e de democracia. São diferentes concepções de republicanismo que estão em jogo, entre um republicanismo elitista e “globalizado” pelo capital financeiro e um republicanismo plebeu, participativo e aberto aos movimentos dos “de baixo”. Este, considera urgente a redução das desigualdades sociais e regionais, mesmo que isso se choque contra as receitas dos FMI e do Banco Central Europeu: um republicanismo do Consenso de Washington e um republicanismo do anti-Consenso de Washington, é o que está em jogo.

O fato, porém, da corrupção ser “usada” pela mídia, nas suas campanhas anti-esquerda, não quer dizer que ela não exista, inclusive no nosso meio. Então, o que se trata, não é de "amaciar" os fatos, mas de disputar o seu “uso” - o tratamento político dos fatos - para fortalecer uma das duas principais concepções de República que caracterizam o grande embate político nacional na atualidade. O “aceite” deste embate político tem um terreno fértil na CPI, em instalação, e a esquerda brasileira poderá agora, se tiver uma estratégia unitária adequada, amalgamar um conjunto de forças em torno dos seus propósitos republicanos e democráticos.

A atual CPI, ao que tudo indica, vai se debruçar sobre um sofisticado sistema duplamente criminoso: ele promove diretamente, de um lado, a apropriação de recursos públicos para fruição de grupos privados criminosos (através da corrupção) e, de outra parte, promove a deformação ainda maior do sistema político (através de criação de agendas políticas), para cooptar pessoas, vincular mandatos ao crime e, também, certamente, financiar campanhas eleitorais. Se de tudo que está sendo publicado 50% for verdadeiro trata-se de um patamar de organização superior da corrupção, que já adquire um estatuto diferenciado. Nele, o crime e a política não apenas interferem-se, reciprocamente, mas já compõem um todo único, com alto grau de organicidade e sofisticação. 

O pior que pode acontecer é que a condução da CPI não permita investigações profundas e que seus membros, eventualmente, cortejem mais os holofotes do que a busca da verdade, ou que ocorram acordos para “flexibilizar” resultados, por realismo eleitoral. Nesta hipótese, ficarão fortalecidos aqueles que hoje estão empenhados em desgastar a esfera da política, que significa relativizar, cada vez mais, a força das instituições do estado e o sentido republicano da nossa democracia. 

Este serviço, aliás, já está sendo feito pela oposição de direita ao governo Dilma, pois já conseguiram semear a informação que o governo “está preocupado” com os resultados da CPI. A oposição demo-tucana faz isso com objetivos muitos claros: para que todos esqueçam as raízes partidárias profundas, já visíveis, neste escândalo de repercussão mundial, mas que também é uma boa oportunidade de virada republicana na democracia brasileira.

(*) Tarso Genro é governador do Estado do Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?


Por Marco Maia
Fonte
Site Marco Maia - 15/4/2012

Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;
- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como "Mensalão";
- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;
- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;
- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco "todos") os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;
- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;
- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.
Dep. Marco Maia
Presidente da Câmara dos Deputados
Em 15 de abril de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PT estreia palanque deste ano com demonstração de força e unidade


Publicado em 16-Abr-2012
ImageTrês decisões da maior importância - a definição de duas candidaturas próprias do PT a prefeito, em Campinas e São Luís e uma de vice, na chapa do PSB em Belo Horizonte - mais a volta do ex-presidente Lula aos palanques, em sua 1ª sua primeira aparição pública na campanha após a conclusão do tratamento do câncer da laringe, marcaram a política no fim de semana.

Marcaram, principalmente, a aceleração da marcha do partido rumo à eleição municipal de 7 de outubro próximo. Outro fato da maior relevância foi a presença da senadora Marta Suplicy (PT-SP) no palanque do ato público em São Bernardo do Campo na inauguração no ABCD de um marco do governo Marta (2001-2004) na capital paulista, do Centro Educacional Unificado, o CEU Regina Rocco Casa - homenagem à mãe da ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva.

A festa símbolo da entrada pública do ex-presidente Lula na campanha deste ano, reuniu no palanque o nosso candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, os senadores Eduardo e Marta Suplciy, deputados estaduais, federais e prefeitos da região do ABCD paulista.

Uma bonita demonstração de unidade


Foi, assim, uma bonita demonstração de unidade e força do PT na disputa pela maior e mais importante prefeitura do país, a de São Paulo. Em Campinas, maior cidade do interior do país, Pochmann teve 1.088 votos de um total de 1.555 eleitores petistas que votaram na eleição interna contra 428 dados ao ex-deputado estadual e diretor da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho. Foram registrados 26 votos em branco e 13 nulos.

O nome do candidato a vice prefeito será feita em 29 de abril, em novo encontro do partido.

As escolhas de candidatos próprios do PT a prefeito de Campinas e São Luís, e de um vice petista para chapa da reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte - uma reedição de aliança bem sucedida em 2008 - constituem uma reafirmação do PT, que deve vencer e governar São Luis com a candidatura do ex-deputado e atual vice-governador, Washington Dias; reeditar o sucesso da aliança de 2008 na capital mineira; estará na disputa em Campinas, com o atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), economista Márcio Pochmann.

A possibilidade de passar a limpo golpe em Campinas


Pochmann vem com participação e passagens importantes nos governos Marta Suplicy na capital paulista, Lula e Dilma Rousseff e sua presença agora no páreo, na disputa da eleição direta de outubro em Campinas - os vereadores locais acabaram de eleger um prefeito biônico, para um mandato tampão de oito meses e meio - adquire expressão maior, inclusive para passar a limpo o golpe político patrocinado pelo PSDB e PSB local que levou a cassação do ex-prefeito dr. Hélio (PDT) e do nosso vice, Demétrio Vilagra.

Já em Belo Horizonte o PT reafirmou a aliança com o PSB do atual prefeito Márcio Lacerda, indicando seu vice em novo encontro do partido no próximo dia 29. Lá nas Geraes, agora, fica a questão da participação do PSDB na coligação PSB-PT, já decidida entre o prefeito e o tucanato da capital mineira.

sábado, 14 de abril de 2012

Considerações: pedágio por Km em SP

FONTE: www.ptalesp.org.br



Considerações sobre o pedágio por quilômetro em São Paulo

O governador Geraldo Alckmin prometeu na última campanha em 2010, que iria baixar a tarifa de pedágios do Estado de São Paulo. Os pedágios paulistas estão entre os mais caros do Brasil e do mundo, quando levado em conta a renda da população. Uma viagem de São Paulo a Santos custa R$ 20,10, pela Rodovia Imigrantes ou pela Anchieta, rodando cerca de 120 quilômetros, ou R$ 0.1675 por quilômetro. 

Os pedágios cobrados pelo governo federal na Rodovia Fernão Dias, entre a capital e Belo Horizonte, sai por R$ 11,20, 562 quilômetros, ou 0,0199 por quilômetro (8 vezes mais barato).

Outro exemplo de São Paulo a Araraquara, em rodovia estadual paulista, o usuário deixa R$ 35,40 por 276 quilômetros; bem acima do que se paga nas rodovias federais cuja concessão foi feita no ano de 2007, pelo ex-presidente Lula.

As rodovias paulistas são mais caras do que as da Flórida e de Nova Iorque, nos Estados Unidos e mesmo na Itália, um caminhão que trafega por uma rodovia italiana paga cerca de um terço do que se estivesse em rodovia paulista.

Os pedágio caros de São Paulo impactam na economia do Estado, pois 93% das cargas produzidas são transportadas por caminhão e o Estado tem 25% das rodovias estaduais concedidas. 

A maior parte dos produtos que consumimos como alimentos, remédios, roupas, eletrodomésticos, acabam tendo pedágio embutido quando os compramos, pois a tarifas tornam a frete mais caro.

Quando a população viaja de ônibus que trafega por rodovia pedagiada, também acaba pagando uma passagem mais cara. Um ônibus de três eixos, viajando de São Paulo a Araçatuba deixa R$ 195,60 nas praças de pedágios, o que deixa o bilhete R$ 4,44 mais caro para cada passageiro.

O pedágio caro em São Paulo deve-se ao fato de que no início do processo, as tarifas foram aumentadas artificialmente, para tornar as rodovias paulistas mais atraentes, o indexador utilizado, nos 12 primeiros contratos, IGP-M, variaram 220,69% (período de 31/05/1998 a 31/03/2012), enquanto o IPC-A, que foi primeiramente utilizado pelo governo federal em 2007 e posteriormente pelo estadual, variou 135,54%. 

Se o governo de São Paulo tivesse optado pelo IPCA, ao invés do IGP-M, os pedágios das rodovias mais caras do Brasil, seriam 36% mais baratos. 

Outros fatores que encareceram os pedágios em São Paulo foram a cobrança pela entrega da rodovia pela empresa privada, conhecida como outorga onerosa e a Taxa interna de Retorno, conhecida como TIR, que nos primeiros contratos ficou em 20% em média. 

O governo do Estado não previu nenhum período de revisão das tarifas, prevendo aumento da produtividade das concessionárias que poderia ser incorporada no sentido de baixar as tarifas de pedágio. Quando se instala um posto de cobrança automática, se reduz pelo menos três empregos. 

Na ocasião da concessão das rodovias não havia cobrança automática, que aumenta a cada dia. Isso reduz os custos das concessionárias.

O governo de São Paulo poderia ter pedido o reequilíbrio econômico-financeiro, em benefício do usuário, como consta na Lei 8.666/93.

Mas o governo paulista até o momento tem fugido pela tangente. Primeiro mudando o indexador das 12 primeiros concessões. Nos contratos não há previsão de mudança dos indexadores, o que indica que a concessionária poderá pedir o que deixou de ganhar se o IPCA for menor do que o IGPM. Agora o governo Alckmin editou um decreto mudando de IGPM para IPCA, e que prevê a cada dois anos o encontro de contas, ou seja, é trocar seis por meia dúzia. 

O IGPM variou 2,33% (período de 31 de maio de 2011 a 31 de março de 2012), enquanto o IPCA subiu 4,21%. Por enquanto em 2012 as concessionárias terão um reajuste maior do que se fosse mantido o antigo indexador.

No mundo é comum a cobrança de pedágio por quilômetro rodado, que é mais justo. O sistema funciona com um chip ou tag em cada automóvel, que ao passar por um sensor ao entrar na rodovia, tem os dados captados, e depois ao sair, é anotado o trecho percorrido e o usuário recebe o boleto em casa para pagar. Dessa forma todos que transitam pela rodovia pagam mesmo se rodar poucos quilômetros.

Para se implantar esse sistema é necessário que todos os automóveis tenham um dispositivo identificador, o que não acontece no Brasil. Assim, como as rodovias que precisam ser fechadas, isto é, não ter muitos pontos de acesso, como acontece com a Bandeirantes.

O governo de São Paulo anunciou com grande estardalhaço que iria começar a implantar o sistema pela SP 075, no trecho entre Itu e Campinas, mas teve início na SP 360, um trecho de 24 quilômetros entre Jundiaí e Itatiba. Segundo o governo, haverá economia de 40% na ida e 30% na volta. 

O sistema está sendo disponível para os moradores de Itatiba, que terão direito ao tag gratuito. Só que o sistema é pré-pago, ou seja, o usuário precisa recarregar o tag, no mínimo no valor de R$ 20,00. A cada recarga será cobrado R$ 1,00 a mais, independente do valor recarregado. Esse valor cobrado por cada recarga é muito alto, bem acima do que se paga na recarga do Bilhete Único, ou seja, mais uma fonte de lucro para as empresas. 

A cobrança por quilômetro está em escala de experiência e há dúvida se pode ser estendida para todas as rodovias pedagiadas paulistas, por ter muitos pontos de acesso. E o governo estadual precisa ainda criar um modelo em que todos pagando não ocorra variação das receitas das concessionárias.

É bom lembrar que, nos contratos não há previsão de cobrança por quilômetro como o governo estadual está fazendo, apesar da referência ser a tarifa quilométrica. 

As concessionárias se não tiverem a mesma receita exigirão o reequilíbrio econômico –financeiro ao governo do Estado que terá de suplementar do orçamento público, para completar o valor não ganho pelas concessionárias; aumentar as tarifas para compensar o total da queda de arrecadação ou então aumentar o tempo de concessão. 

As três hipóteses são ruins aos paulistas, primeiro tirar dinheiro que deveria melhorar a qualidade da educação, saúde e segurança pública, que estão uma calamidade; a segunda opção é prejudicial para os usuários, que já pagam muito caro pelo pedágio em São Paulo e a terceira também é péssima, pois esses contratos deverão passar por uma nova licitação que os valores sejam corretos.

É bem provável que esse sistema fique em experiência pelo governo do Estado de São Paulo e não entre em uso em larga escala. 

Enquanto isso, o governador Geraldo Alckmin ganha tempo até 2014, ano de nova eleição, quando ele prometerá de novo pedágios mais baratos em São Paulo.

Vão empurrar com a barriga para não fazer a revisão tarifária que beneficiaria de imediato todos os paulistas; as concessionárias teriam o seu lucro adequado e o custo São Paulo seria menor.

* Evaristo Almeida é assessor de Transportes e Mobilidade Urbana da Liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Reunião Quinzenal dia 11/04/2012

Reunião iniciada 19:00 hs.

Agendas: 


próxima reunião semanal dia 25/04/2012 Quarta feira 19:00 hs
próxima reunião mensal dia 06/04/2012 Domingo dia  10:00 hs

Informativos e pauta da Reunião

Informes da Macrorregião de Sorocaba com curso de formação para os usuários da internet e redes Sociais.


Pauta:
Levantamento da última campanha municipal quanto a prestação de contas para os candidatos onde houve erros quanto ao DRD e DRA.
Abertura da conta com início do processo eleitoral em junho e julho abertura em cartório e atas consignado na ata coligação feitas de 01 à 30 de junho.
O processo eleitoral só permite com abertura de contas pelos candidatos com CNPJ para uso do candidato durante às eleições não podendo abrir a conta antes nem depois das datas estipuladas pelo TRE lembrando que existe contas à serem pagas mesmo que as contas não sejam movimentadas. custos como extratos, abertura e fechamento de contas, cartões, talões de cheques, havendo necessidade de assistência jurídica e contábil cobrindo as falhas que existiram nas eleições passadas.
PT está em conversação com o PSC  com o candidato à majoritário Jediel H. de Carvalho onde mostramos como o PT desenvolverá a conjuntura para as eleições de 2012.
Foram apresentadas as conjunturas das eleições passadas e o pré candidato especificou os problemas apresentado as soluções em como não acontecer os erros passados quanto as coligações.


Estavam presentes em nossa Reunião.

Os valorosos companheiros:
 - Vicente de Paula G. Cardozo
 - Edson Leão da Silva
 - Alberto Rossi dos Santos
 - Orlando de Amorim Ribeiro
 - Altamir Danielli
 - Hérico Souza Danielli
 - Jediel H. de Carvalho
 - Brando
 - Lúcio Belo
 - Vanderlei Santo
 




Instituto de Tecnologia dos EUA fecha parceria com o Brasil



dilma
O governo brasileiro e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) estão começando negociações para a instalação de um centro de pesquisa da instituição norte-americana no Brasil. O anúncio foi feito pelo ministro Aloizio Mercadante, em entrevista a jornalistas, após a visita ao MIT Media Lab, laboratório de pesquisa da instituição, na manhã desta terça-feira (10/04), em Boston (EUA).
De acordo com o ministro, após os últimos acertos, serão feitos estudos sobre a cidade onde será instalado o centro e definidas as especificidades das pesquisas a serem desenvolvidas. “Essa parceria terá uma importância decisiva porque a marca do MIT é transformar ideias em ações e é isso o que queremos para o Brasil, ou seja, aliar a produção do conhecimento acadêmico ao universo produtivo e empresarial. É isso que produz a riqueza que ajuda o País a dar um salto de qualidade”, destacou.
Durante a visita, foram assinados acordos entre o governo brasileiro, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e o MIT para a ampliação de bolsas de estudos do programa Ciência sem Fronteiras. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) também assinou acordo com o instituto norte-americano, com o objetivo de expandir a formação de engenheiros no Brasil.
A presidenta Dilma Rousseff destacou a importância da parceria com instituições de ensino norte-americanas. “A parceria para o século XXI está baseada no conhecimento.” A comitiva brasileira também se reuniu com pesquisadores e cientistas brasileiros e norte-americanos em Boston.
Ainda nesta terça-feira a comitiva brasileira visitou a Universidade de Harvard, para assinar outros acordos e para um encontro entre a presidenta Dilma Rousseff com os estudantes brasileiros bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras que estão no país.
Relembre principais objetivos do programa
O Ciência sem Fronteiras promove a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacionais de estudantes, professores e pesquisadores. A oferta de bolsas prevê as modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação — doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado.
O programa estabelece a oferta de até 75 mil bolsas em quatro anos. Estudantes de graduação e pós-graduação podem fazer estágio no exterior para manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, tenta atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil.
Ministério da Educação

Reunião Ordinária Mensal.


No dia 01 de abril de 2012 houve mais uma reunião do nosso Diretório Municipal .
Passamos pela ordem de pauta do dia:
Agenda e informativos
Cenário eleitoral em nossa Microrregião com demonstrativos de como está ocorrendo as eleições 2012 nos quadros Municipais.
Houve no dia 18/03/2012 na residência de nosso pré-candidato Altamir, onde tivemos postos as diretrizes para realizarmos o planejamento de nossa campanha  em como o DM Municipal irá trabalhar com organização e conteúdo para a campanha, mas para isso haverá necessidade de como será realizado onde e quais os pontos fortes de nossa campanha junto com a população.
O Planejamento de desenvolvimento partidário foi realizado nesse dia tendo ficado para uma próxima agenda o planejamento de campanha 2012.
Foi realizado cursos pela Escola de Formação Política nesse último dia 30-03-2012 às 19 horas onde muito conteúdo foi mostrado aos prés candidatos de como o PT realizará nossas eleições..
Demostração do Quadro Nacional quanto à oposição.
Planejamento para o dia de curso para os vereadores.
Resolução de datas para os cursos para vereadores com grupo de estudos para ação parlamentar nos municípios ( Click aqui para ver o conteúdo fornecido pela FPA )
A sede começará a ficar aberta todos os dias dás à partir de Terça feira dia 03/04/2012 com a prestação de ajuda pelo companheiro Vicente de Paula G. C.
Nessa última quarta feira tivemos a apresentação ao nosso grupo do pré-candidato do PSC junto com o presidente do mesmo partido solicitando apoio de nosso D.M. Municipal.
Abertura de fala sobre o ocorrido das propostas apresentadas aos nosso partido para todos presentes.

Próximas Reuniões

 11-04-2012 quarta-feira 19:00 hs
25-04-2012 quarta-feira 19:00 hs




Contamos com a presença dos nossos companheiros relacionados abaixo.
Vicente de Paula . G. Cardozo.
Altamir Danielii
Reginaldo Andrade de Anchieta
Orlando de Amorim Ribeiro
Brando Lopes    
José Francisco de Oliveira
Alberto LIma
Antônia Crispim Capucho
Alberto Rossi dos Santos
Edson Leão da Silva
Silvia Regina C. Martins

terça-feira, 10 de abril de 2012

Sem acesso aos documentos, PT quer CPI para investigar Cachoeira


walter_pinheiro
A se confirmar a impossibilidade do Conselho de Ética do Senado ter acesso ao inquérito que trata das relações entre o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlos Cachoeira, o PT começará a coletar assinaturas, já a partir desta terça-feira, para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A decisão já foi tomada pelo líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, e está sendo comunicada a toda a bancada do partido da base de apoio ao governo. Para ele, a CPI é o último instrumento à disposição do Senado para conhecer o que traz o inquérito, uma vez que o corregedor do Senado, Vital do Rego (PMDB-PB), divulgou que tanto a Corregedoria do Senado, quando o Conselho de Ética, não terão acesso aos documentos do inquérito.
Para Pinheiro, é necessário que o País conheça os pormenores do inquérito, porque ele não trata apenas das ligações entre o senador goiano e o bicheiro. “O inquérito traz uma série ainda não mensurada de informações sobre a infiltração da quadrilha de Cachoeira em distintas esferas de poder, e precisamos conhecer o que a Polícia Federal investigou”, disse o líder do PT no Senado. Para ele, o trabalho do Senado não deve se limitar ao caso Demóstenes, mas apurar como operava rede de espionagem, achaques, e chantagens montada pelo bicheiro Carlos Cachoeira. “A cada dia, os vazamentos revelam o alcance surpreendente da rede montada por Cachoeira. Sabemos que ela não se limitou ao Senado, mas também se estendeu a outras esferas de poder. O Senado tem de esclarecer esses fatos, até porque é de interesse da instituição livrar-se da pecha de que é corporativista e seletiva em suas investigações”.
Leia mais:

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